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Vocês já conhecem o livro “50 contos e 3 novelas”, de Sérgio Sant´Anna? É deliciosoooo….

Enlouquecerão com este diálogo do capítulo “Encontros”…..

Cheguei à portaria daquele edifício para ver o apartamento quase ao mesmo tempo que uma mulher.Quando o porteiro estendeu a chave na minha direção, pois eu chegara um pouco antes, ela disse com uma voz que pretendia ser durona: Não podemos subir todos juntos? O apartamento está vazio e, se a senhora não se importar, pode subir sozinha com ele – o porteiro apontou a chave na minha direção. Ela olhou para mim de cima a baixo, como se me avaliasse, até concluir que eu era inofensivo.Por mim, tudo bem – ela disse. Chegamos ao décimo primeiro andar, o do nosso apartamento, e vi que a mão dela tremia ao tentar enfiar a chave. Eu disse “Me dá licença”, peguei a chave e introduzi facilmente na fechadura.Ao virar-me para examinar melhor a sala, reparei numas irregularidades na parede em frente, onde o sol batia nesse instante. A massa e a pintura tinham sido retocadas havia muito pouco tempo, em alguns pontos, formando pequenos calombos. Aproximei-me para vê-los de perto. Podem ser tiros – eu disse.

– Eles devem ter extraído as balas. Por isso o aluguel é tão barato. Enquanto ela foi ver um dos quartos, que dava para os fundos do prédio, fui ver outro bem em frente ao dela. Abri a janela e depois fui dar uma olhada no armário embutido. Tentei abrir uma das gavetas e percebi que alguma coisa a estava emperrando. Puxei com força e um sutiã, empoeirado, acabou por soltar-se. Peguei-o e observei que, pelo seu tamanho e desenho, fora usado por uma mulher de seios pequenos, provavelmente uma jovem.
– Vem cá ver – a mulher me chamou em voz alta. – Balas! – a mulher disse, com uma espécie de alegria, embora o buraco fosse só um. – Você tinha razão. Fiquei satisfeito com aquele reconhecimento e acrescentei, excitado:
– Vi poucas crianças no playground. Deve ter muita gente deixando o prédio.
– Morrer não tem a menor importância. O horrível é ficar velha!
– Você está longe disso – eu disse, sentindo-me metade idiota, metade cafajeste. Mas percebi que uma centelha se acendera em seus olhos.
– Estou com trinta e quatro anos – a mulher disse e olhou para mim, com certa expectativa.
– Parece ter bem menos. E, mesmo que parecesse, é uma bela idade.
– Ele parece que não acha – ela retrucou amargamente.
– Ele quem?
– Não interessa.
– Foi aí que eu disse a grande besteira, ou talvez não, levando-se em conta o que aconteceu depois.
– Ele te abandonou?
– Ninguém jamais me abandonou, entendeu? – ela gritava. – Ninguém, ouviu?
– Claro – eu disse.
– Vocês são todos iguais. Não pense que não vi você pegando aquele sutiã. Eu não preciso usar, veja!

Ela arrancou o vestido de baixo para cima, de um só golpe. Eram seios perfeitos. Talvez houvessem sofrido uma plástica, mas que importância tinha isso se eram tão bonitos e gostosos? Não havia outra coisa a fazer senão acariciá-los enquanto enfiava a mão em sua calcinha branca, e a mulher, por sua vez, desatava o meu cinto, para depois baixar minha calça e minha cueca, tudo de uma só vez, ajoelhando-se então aos meus pés para chupar o meu pau, fazendo-o crescer de uma forma incomensurável, que dava a ela uma satisfação intensa.Enquanto eu tirava tudo, ela tirou a calcinha e acendeu calmamente um cigarro.

– Poxa, como você fuma, hein? – eu disse, apenas por dizer, ou porque aquele silêncio contemplativo me deixava um pouco embaraçado.

A resposta dela foi dar uma tragada funda e provocativa, para depois aproximar-se de mim, pedindo que eu a beijasse na boca. Foi um desses beijos profundos, sexuais. Enquanto ele transcorria, ela foi soprando a fumaça para dentro da minha boca, lentamente. Se palavras podem descrever tal experiência, devo dizer que ela me alucinou como se eu fosse um fumador de ópio, e que foi a maior intimidade que jamais tive com uma mulher, como se eu a conhecesse em todas as suas entranhas. Virei-me de bruços e ela veio por cima de mim, de um modo que me fez conhecer melhor o mecanismo das mulheres, ou pelo menos de certas mulheres. Esfregando ritimadamente em minha bunda, ela gozou, inquestionavelmente. Foi uma série de tremores silenciosos, apenas ligeiramente arfantes, quase introspectivos, até ela cair ao meu lado, satisfeita. Depois deitou a cabeça em meu peito e começou a fazer risquinhos nele, com suas unhas pontiagudas. Gastamos duas camisinhas e fizemos de tudo.

– É melhor descermos separados, depois de todo esse escândalo.
– Me diga ao menos seu nome.
– O que passou, passou, certo?

Fonte: M de Mulher